Espiritualidade

Pintura Mediúnica

Psicopictografia ou pintura mediúnica é a faculdade de os médiuns, através dos espíritos, realizarem desenhos ou a pintura de quadros com a utilização de técnicas diversas. É a manifestação dos espíritos, provando mais uma vez que há vida após a morte, por meio da arte, com a finalidade, entre outras, de auxiliar o próximo, de curar males do corpo e da alma, de transmitir energias benéficas e positivas. Com a ponta de um pincel ou simplesmente com a ponta dos dedos manipulando as cores de todos os matizes e nuanças, freqüentemente são derramadas saúde e paz sobre todos os que estão ao redor.
A pintura mediúnica, sendo de inspiração divina, ocorre num momento único, sagrado. Retrata-se, eterniza-se o momento, a cena. Registram-se em cores e formas as paisagens e seu colorido, o Sol, o dia, o mar; os sentimentos e suas faces. Grava-se, imortaliza-se o “Belo”.
No trabalho de pintura mediúnica os minutos parecem horas, e estas valem para toda a eternidade.
É um trabalho de inspiração simultânea, no espaço de nosso tempo, aqui e hoje, e outra dimensão, o Plano Espiritual. São instantes de êxtase, em que ocorre uma troca de energia e nos encontramos em sintonia com os nossos “Amigos do Espaço”. Estes, por sua vez, irradiam e canalizam na mente daquele que serve de instrumento a energia e a inspiração daquele que vai pintar. Assim, as mãos do médium são auxiliadas e seus dedos são transformados em ágeis pincéis que transferem os “momentos sublimes de uma existência” e gravam-nos no espaço limitado de uma tela branca e fria. Os mínimos movimentos são aproveitados, cada cor, cada tonalidade, e tudo é transformado em ondas de amor e bálsamo curador, para ser levado e distribuído aos mais necessitados.
Pintura mediúnica é prática de caridade, no auxílio às vítimas de toda espécie, e se desenvolve com o Evangelho de Jesus.
Quantos momentos são registrados, aproveitados e eternizados com a pintura mediúnica. O momento de uma flor, em plena exuberância de forma, beleza e cor. O momento de uma paisagem quente de verão, com seu brilho, sua paz, instantes antes que seja modificada pela próxima estação. O momento em que os sentimentos são denunciados, na expressão fechada, na lágrima que cai, no sorriso aberto. O momento triste de uma guerra. A alegria e a leveza dos movimentos de uma bailarina. O momento de calmaria de uma praia, banhada pelo Sol diante da imensidão do oceano azul, antes que cheguem a Lua e as estrelas, clareando a escuridão da noite.
Imagens perfeitas criadas por Deus, que, inspiradas e auxiliadas por nossos irmãos espirituais, são retratadas pelas mãos dos homens e eternizadas nas telas de nossas lembranças.
Obra mediúnica não tem fim, assim como a caridade e o amor não possuem medidas.
Para ser um médium pintor é preciso estudar e orar para poder servir dignamente; ter o firme propósito de ajudar o próximo; e se despojar de qualquer tipo de vaidade com relação ao trabalho que será realizado, para o qual ele é apenas um instrumento nas mãos do Plano Espiritual.
(Equipe Dirigente do Trabalho de Pintura Mediúnica), julho de 2003.
http://www.ceismael.com.br/tema/pintura-mediunica.htm


Arte Espírita e Arte Mediúnica

Publicado em  por Palas Atena
Por Merlânio Maia


 Quando se fala em Arte Espírita, muita gente faz confusão com Arte Mediúnica o que é um grande engano. Nem toda Arte espírita é, precisamente, Arte mediúnica, como nem toda Arte Mediúnica é, obrigatoriamente, Arte Espírita.
         São dois tipos de Arte bem definidos, muito embora, seja perfeitamente possível a existência de uma Arte Espírita de cunho mediúnico, bem como, uma Arte Mediúnica que não traga no seu bojo a idéia essencialmente espírita.
Mas, para que possamos diluir esta confusão, procuraremos, primeiro conceituar, o que não é tão simples, já que conceituar é delimitar o que seja Arte Espírita e o que seja Arte Mediúnica e, é uma coisa paradoxal delimitar o infinito que é a Arte, mas para que possamos nos sintonizar com esses dois universos, para facilitar o entendimento, vamos nos arvorar nesse exercício.
         Por Arte Espírita, entendemos ser a atividade que supõe a criação de sensações ou de estados de espírito de caráter estético, carregados de vivência pessoal e profunda, cujo resultado, evoca de forma direta e/ou indireta o pensamento e toda a realidade do universo espiritual revelada pela Doutrina Espírita.
         Já por Arte Mediúnica, entendemos ser a materialização deste fazer artístico, de construções estéticas, por parte de artistas desencarnados, isto é, mortos, para este mundo físico, transmitidas, para esta dimensão, através da diversas faculdades psíquicas de um médium. Seja através da psicofonia, (comunicação em que o Espírito utiliza-se do aparelho fonador do médium) da psicografia (comunicação em que o Espírito usa a mão do médium para escrever), psicopictografia (manifestação de um espírito pintor para trazer telas e quadros), etc., ou qualquer fazer artístico vindo por meio das faculdades mediúnicas independentemente se revela ou não o conceito de mundo espírita.
         Um dos exemplos que citamos para organizar nosso pensamento é o do extraordinário livro “Parnaso de Além Túmulo”, onde inúmeros poetas renomados trouxeram sua verve através da pena mediúnica do excepcional médium Francisco C. Xavier, corroborando com os preceitos da Doutrina Espírita visto, considerar que todos os poemas são concernentes com os fundamentos basilares do Espiritismo.
E o mais impressionante é que muitos daqueles poemas foram, àquela época, submetidos aos maiores especialistas em literatura, do Brasil, os quais corroboraram e comprovaram a autoria de cada um deles. Neste caso, a Arte Mediúnica é também considerada Arte Espírita, pela essência mesma dos poemas recebidos.
         Outro grande médium, cuja arte foi testada e aprovada por especialistas do Brasil e dos Estados Unidos, foi o psicopictógrafo (ver explicação acima) Luiz Antonio Gasparetto, trazendo, belíssimos, quadros mediúnicos em poucos segundos assinados por grandes pintores já desencarnados. Esta Arte é Mediúnica, pois sempre que ela se referir à temática do Espiritismo, deve ser considerada como Arte Espírita.
Além de outros grandes médiuns que vamos suprimir nomes para não nos estendermos demasiadamente na exemplificação.
Porém, existem médiuns, cuja arte, por não ter vínculos nem compromissos com os preceitos espíritas, produzem a Arte Mediúnica; todavia, tal fazer artístico não representam a Arte Espírita.
Não temos, aqui, a intenção de diminuir a Arte Mediúnica. Não é o nosso intento. Apenas queremos separar as duas formas do fazer artístico e desfazendo o mito de que a Arte Mediúnica seja superior à Arte não mediúnica, coisa muito comum no meio espírita. Há uma valorização da Arte trazida por vias mediúnicas em detrimento à Arte produzida por grandes artistas espíritas. Basta ter o rótulo mediúnico para que seja mais procurada.
É preciso mudar esta realidade. O próprio codificador, Allan Kardec, é de acordo com nosso pensamento, pois o mestre lionês assim se exprimiu na Revista Espírita, 1860, Editora Edicel, página 386: “[...] o Espiritismo abre para a Arte um campo novo, imenso e ainda não explorado. E quando o artista trabalhar com convicção, como trabalhavam os artistas cristãos, colherá nessa fonte as mais sublimes inspirações.”
“Quando dizemos que a Arte espírita será um dia uma Arte nova, queremos dizer que as idéias e as crenças espíritas darão às produções do gênio um cunho particular, como ocorreu com as idéias e crenças cristãs…”
E conclui o Codificador: “…Tempo virá em que elas (as idéias espíritas) farão surgir obras magistrais, e a Arte espírita terá os seus Rafael e seus Miguel Ângelo (SIC), como a Arte pagã teve seus Apeles e os seus Fídias.”
Além disso, este fazer artístico, denominado de Arte Mediúnica, sempre existiu, já que os artistas, desde os primórdios da existência humana na Terra, sempre foram, em realidade, grandes médiuns, homens e mulheres com tal sensibilidade que viajavam por paisagens de vivências anteriores, em visitas a lugares de belezas indescritíveis, intuição e inspiração perfeita, etc., e transformavam tais vivências em tela e poemas e canções. Encontramos tais observações em O Livro dos Médiuns, item 183, em que Kardec pergunta: Um autor, um pintor, um músico, por exemplo, poderiam, nos momentos de inspiração, ser considerados médiuns? Sim, respondem os Espíritos, porquanto, nesses momentos, a alma se lhes torna mais livre e como que desprendida da matéria, recobra uma parte das faculdades de Espírito e recebe mais facilmente as comunicações dos outros espíritos que a inspiram.”
        
E diante da nova modalidade de Arte que via surgir à sua frente o Mestre lionês, embevecido por todas as verdades exaradas pelos fundamentos que o Espiritismo haveria de fazer nascer, quase que sugere aos novos artistas: “Que inesgotáveis fontes de inspiração para a Arte! Que obras-primas de todos os gêneros as novas idéias suscitarão, pela reprodução das cenas tão multiplicadas e várias da vida espírita! Em vez de representar despojos frios e inanimados, ver-se-á uma mãe tendo ao lado a filha querida em sua forma radiosa e etérea; a vítima a perdoar seu algoz; o criminoso a fugir em vão ao espetáculo, de contínuo renascente, de suas ações culposas! O insulamento do egoísta e do orgulhoso, em meio da multidão; a perturbação do Espírito que volve à vida espiritual, etc., etc. E, se o artista quiser elevar-se acima da esfera terrestre, aos mundos superiores, verdadeiros Edens onde Espíritos adiantados gozam da felicidade que conquistaram, ou, se desejar reproduzir alguns aspectos dos mundos inferiores, verdadeiros infernos onde reinam soberanamente as paixões, que cenas emocionantes, que quadros palpitantes de interesse se lhe depararão!” (Allan Kardec, Livro: “Obras Póstumas” 21a. edição, pág. 159, Editora FEB)
       
  É este conceito o fazer artístico denominado de Arte espírita, que tem, na sua essência, a busca de expressar e digerir os fundamentos básicos do Espiritismo como sejam: a existência de Deus e do Espírito, a preexistência e a sobrevivência deste mesmo Espírito à morte, a reencarnação, a comunicabilidade dos considerados mortos, a lei de causa e efeito, a evolução, enfim, há toda uma concepção de mundo espírita na sua expressão.
         E, sem nenhuma dúvida, junto àqueles que emprestam seu tempo para difundir esta Arte, há grupos de Espíritos dedicados no seu desenvolvimento, sem que este seja, obrigatoriamente médium. Apenas recebe um direcionamento pela inspiração para desdobrar-se no fazer pela transpiração.
Portanto, nem toda Arte Espírita é, necessariamente, Arte Mediúnica e, nem toda Arte Mediúnica é, precisamente, Arte Espírita.
BIBLIOGRAFIA:
1.  Kardec, Allan, Revista Espírita 1860, Edicel, pág. 386;
2. Kardec, Allan, O Livro dos Médiuns, FEB, Item 186;
3. Kardec, Allan, Obras Póstumas, 21a. edição, pág. 159, FEB.


Intuição ou inspiração?

Por: Francisco Aranda Gabilan - Nº 760 - Maio de 2000

         Determinadas matérias tratadas na exposição da Doutrina Espírita muitas vezes perecem sem importância, mas nunca será demais saber o exato sentido e praticar a correta aplicação dos termos.
        .É o que acontece com a aplicação das expressões INTUIÇÃO e INSPIRAÇÃO: há alguns companheiros da exposição doutrinária, seja na área do ensino, seja na da divulgação, que acham (e, o que pior, passam adiante) não haver nenhuma diferença entre ambas.
          .Mas, com licença de suas luzes, há diferença - e muita! São coisas diferentes, com diferentes sentidos e de efeitos diferentes.
       .Vejamos, não com nossas próprias convicções - pois que, como diz o ditado popular, "santo de casa não faz milagres" - mas trazendo o quanto nos ensinam os entendidos e doutrinadores.


INSPIRAÇÃO:
Uma definição leiga: "Inspiração - sugestão, insinuação, conselho", ou "Inspirar - incutir, infundir, insuflar, introduzir" (Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, Vol. 2 Ed. Enciclopédia Britânica). Atende-se para a etimologia (origem) dessa palavra, que vem de inspirare, ou "introduzir ar", quase o mesmo que assoprar.
           Agora, a doutrina: "A inspiração é a equipe dos pensamentos alheios que aceitamos ou procuramos" (Ceara dos Médiuns, "Faixas", Emmanuel. F.C. Xavier, FEB - 4ª edição, pg. 125, discorrendo sobre o capítulo "Evocações" do O Livro dos Médiuns).
          Léon Denis (O Problema do Ser, do Destino e da Dor, FEB, 1993, cap. 21, pg. 334), sobre a inspiração: "uma das formas empregadas pelos habitantes do mundo invisível para nos transmitirem seus avisos, suas instruções (...). Pela mediunidade o Espírito infunde suas idéias no entendimento do transmissor".
        ."É o recebimento espontâneo de idéias, pensamentos, concepções, provindo de Espíritos..." (Dicionário Enciclopédico de Espiritismo, Metapsíquica e Parapsicologia, Ed. Bels. 1976, 3ª ed., João Teixeira de Paula). Ressalte-se: é espontâneo, logo, nãp precisa evocação, nem pedido de auxílio; é um socorro imediato e de bom grado.
.         Em conclusão claríssima:
Inspiração é a transmissão dos pensamentos e mensagens de uma mente para outra, "um assopro" do desencarnado para o encarnado possa livremente dispor de uma determinada figura, de uma idéia, de um quadro mental.

INTUIÇÃO:
Consulte-se Plantão, que fundamenta a intuição na preexistência (reencarnações anteriores), segundo a síntese trazida por Adolfo Bezerra de Menezes, em A Loucura Sob Novo Prisma = Estudo Psiquíco-fisiológico, FEB, 8ª Ed. - 1993, cap. 1, pg 19: "Antes de virmos a esta vida, já tivemos outras, e no tempo intermediário, que passamos no mundo dos Espíritos, adquirimos o conhecimento das grandezas a que somos destinados; donde essa reminiscência, a que chamamos intuição de um futuro, que mal entrevemos, envoltos no véu da carne".
            Segundo Ney Lobo, em Filosofia Espírita da Educação e Suas Conseqüências Pedagógicas (Ed. FEB, 1993, pg. 92), "A intuição é instrumento de prospecção do fundo anímico do educando, das camadas sedimentares de perfeições e imperfeições acumuladas nas existências anteriores".
            No livro Allan Kardec, Zêus Wantuil (ex-presidente da FEB), cuidando da mediunidade atribuída ao Codificador, afirma que "a intuição é a fonte de todos os nossos conhecimentos(...)", referindo-se aos conhecimentos que o Ser angaria ao largo de todas as suas experiências anteriores (cap. 3, pg. 41).
            Dentre as várias abordagens do Livro dos Espíritos sobre a intuição, colhemos apenas a contida na questão nº 415, quando Kardec pergunta aos Espíritos qual a utilidade das visitas feitas durante o sono, se não nos lembramos sempre delas: "De ordinário, ao despertardes, guardais a intuição desse fato, do qual se originam certas idéias que vos vem espontaneamente, sem que possais explicar como vos acudiram. São idéias que adquiristes nessas confabulações". (46ª edição, FEB, tradução de Guillon Ribeiro).
           E, afinal, o próprio Kardec, em A Gênese, Cap. XI, Doutrina dos Anjos Decaídos, item 43 (20ª ed. FEB, idem) falando das emigrações e imigrações dos seres espirituais ao largo dos
tempos, afirma que alguns "são excluídos da humanidade a que até então pertenceram e tangidos para mundos menos adiantados, onde aplicarão a inteligência e a intuição dos conhecimentos que adquiriram (...)". E, pouquinho mais adiante, no mesmo item, Kardec é categórico: "A vaga lembrança intuitiva que guardam da terra donde vieram é como uma longínqua miragem a lhes recordar o que perderam por culpa própria". Com o mesmo sentido dizem os espíritos, na questão 393, sobre a "lembrança" (pela intuição) que os Espíritos têm de suas faltas passadas ao reencarnar.
        Nada mais claro resta:
a intuição é o conjunto de conhecimentos próprios adquiridos ao largo das múltiplas experiências do Ser, que lhe aflora à mente espontaneamente, sem necessidade de ninguém lhe transmitir nada, pois que tais conhecimentos pertencem ao seu universo peculiar e subjetivo de conhecimentos.           Portanto amigos, quando formos pedir "ajuda" aos Espíritos, peçamos que eles nos inspirem bons pensamentos, não que nos "intuam"; quanto à intuição, é melhor pedirmos a Deus (e até aos Espíritos, por que não?!) que nos ajude a organizar nossos próprios conhecimentos para usarmos no momento preciso e, sobretudo, em favor do esclarecimento do próximo. Ou melhor ainda, ouvir a sábia orientação de Emmanuel, no livro O Consolador, questão 122, quando lhe foi perguntado "que se deve fazer para o desenvolvimento da intuição", respondendo: "O campo do estudo perseverante, com o esforço sincero e a meditação sadia, é o grande veículo de amplitude da intuição, em todos os seus aspectos".
           É isso aí, com respeito dos mais doutos.


 
E-mail: fagabilan@uol.com.br
Jornal O Semeador


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